terça-feira, 3 de janeiro de 2017

HOMOFOBIA: uma questão de SAÚDE MENTAL?

- Há quanto tempo temos ouvido que HOMOFOBIA mata???
🔰Será que para receber a devida atenção, o assunto precisa vitimizar também quem não esteja dentro dos esteriótipos LGBT's?
🔰Quanto falta para se perceber que homofobia também é uma questão de SAÚDE MENTAL e que "SE" é fobia é também questão de tratamento?
Infelizmente vivemos em uma sociedade (re)produtora de homens e mulheres homofóbicos, cuja própria SEXUALIDADE  é reprimida e  "revertida" em agressão ao outro.
Vivemos em um meio que, insistentemente, pede provas ao homem de inúmeros esteriótipos, ditos masculinos como: beberrão, "pegador" e agressivo. Qualquer "figura" que ofusque  os padrões viris  é, mais cedo ou mais tarde, condenado à morte. Qualquer traço delicado ou feminino, visto no filho, que destoe  do que é ensinado  como masculino, é, desde o seio familiar, rotulado e discriminado. Ou seja, uma educação que destina às crianças a serem futuras homofóbicas, uma vez que estas, são obrigados a repudiar, dentro de si, qualquer sinal que ponha em dúvida sua sexualidade "normativa". Uma educação medieval como esta, faz a manutenção de uma sociedade doente e insegura sob seu telhado de vidro. Uma sociedade mais preocupada em não se "contaminar" com o outro do que em tratar as próprias dificuldades. O resultado dessa educação medieval se traduz naqueles que estão mais preocupados em assistir, passivamente, as vítimas que produz, do que em socorrê-la. Assim morreu, Luiz Carlos, um vendedor de doces, no metrô de São Paulo, onde trabalhava honestamente, há 20 anos. Foi morto a ponta pés aos olhos de todos os que estavam ali simplesmente ASSISTINDO. E o que a cena registrada pelas câmeras de segurança mostrou como retrato de nosso país? Mostrou que se alguém defende "bichas" também tem parte com ela e merece igual sentença: a morte. Mostrou também que diante do sangue alheio, o melhor é assistir ou filmar... Não se envolver. Não tomar parte. Talvez, quem sabe, uma self, em dias em que se "glamuraliza" o horror à céu aberto.
O alto índice de violência tem se banalizado; seja no trânsito, no trabalho e até mesmo dentro de casa. Mas uma coisa são as vítimas de assalto. Outra coisa são as vítimas de violência sexual. Matar é crime sob qualquer circunstância, óbvio. Então,  especifiquemos quais circunstâncias se mata, para não generalizá-las. Pois cada crime, tem a sua pena, específica. Infelizmente a homofobia não é crime em todo país... apenas em algumas capitais.
 À imprensa, os criminosos disseram que estavam bêbados e que estavam vindo de uma festa de família. Mas isso não é de se duvidar. E por que duvidaríamos? Afinal, Eram só dois homens arrotando masculinidade contra alguém que feria os brasões viris da família brasileira. Eram só beberrões no auge de sua bravura. O que não quer dizer que todo beberrão seja agressivo ou preconceituoso. Mas que o  "pre-conceito" destina, desde cedo, valores masculinos aos beberrões, especialmente em suas disputas "fálicas" de copo e de corpo.
Diante desses "valores" masculinos, cabe a seguinte reflexão:
- Que tipo de sociedade doente estamos (re)produzindo com esse medo (enrustido) de ter um filho ou uma filha gay? Será que ainda não dá para se perceber que as únicas vítimas da intolerância seremos nós mesmos?
Será que ainda não percebemos que as vítimas não serão só os chamados LGBT's, mas todo o alfabeto do qual fazemos parte?
A maioria das frases que falamos, cotidianamente, têm, no mínimo, um L, um G, um B ou T.... Então para metaforizar, eu pergunto: qual a dificuldade de conversar com todas as letras? Dialogar com elas?
Se há alguma dificuldade, eis uma questão de saúde mental. Merece, igualmente, um mês colorido. Merece a devida ATENÇÃO e tratamento.
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Anderson Gomes
⭕(Psicólogo Clínico)

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