quarta-feira, 24 de abril de 2019

A COR NEGRA DA PAISAGEM


๐ŸŒ‘๐ŸŒ‘๐ŸŒ‘๐ŸŒ‘๐ŸŒ‘๐ŸŒ‘๐ŸŒ‘๐ŸŒ‘๐ŸŒ‘๐ŸŒ‘๐ŸŒ‘๐ŸŒ‘๐ŸŒ‘๐ŸŒ‘๐ŸŒ‘๐ŸŒ‘
๐ŸŒ‘ Ontem tu eras da COR das correntes.
๐ŸŒ‘ Ontem tu eras da COR das argolas.
๐ŸŒ‘ Ontem tua COR era teu nome.
๐ŸŒ‘ Ontem tua COR era  sombra da morte.
๐ŸŒ‘
๐ŸŒ‘ Hoje, TUA COR, tem amparo.
๐ŸŒ‘ Hoje, TUA COR,  tem  histรณria.
๐ŸŒ‘ Mas  TUA COR ao sair de casa
๐ŸŒ‘ TUA COR ainda  nรฃo sabe se volta.
๐ŸŒ‘
๐ŸŒ‘ Talvez, TUA COR, nem chegue ao trabalho.
๐ŸŒ‘ Talvez, TUA COR, nem receba salรกrio.
๐ŸŒ‘Talvez, TUA COR, diferente das outras,
๐ŸŒ‘ Jรก seja carta fora do baralho.
๐ŸŒ‘
๐ŸŒ‘ Talvez, TUA COR, nem jogue.
๐ŸŒ‘ Talvez, A COR,  seja o jogo.
๐ŸŒ‘ Mas eu rogo, assim,  ร s cores da pรกtria,
๐ŸŒ‘ Que a minha nรฃo seja cinzas  de  forno.
๐ŸŒ‘
๐ŸŒ‘ A abordagem da cor era o TRONCO.
๐ŸŒ‘O NEGRO no tronco era ADORNO.
๐ŸŒ‘Mas a DOR que se via, aos poucos,
๐ŸŒ‘ Era a dor do chicote nos ombros.
๐ŸŒ‘
๐ŸŒ‘ Hoje a COR  da DOR รฉ nas ruas.
๐ŸŒ‘ Jรก fora  senzalas e  matagais.
๐ŸŒ‘ Mas a COR DA DOR รฉ a mesma
๐ŸŒ‘ Que afligia meus ancestrais.
๐ŸŒ‘
๐ŸŒ‘ Os chicotes que cortam minha'lma
๐ŸŒ‘ Parece nรฃo causar  estranheza
๐ŸŒ‘ A DOR se confunde ร  paisagem
๐ŸŒ‘ Quando o alvo รฉ  a  pele NEGRA
๐ŸŒ‘
๐ŸŒ‘ Minha COR levanta suspeitas.
๐ŸŒ‘ ร€s vezes, nem se quer sorrir.
๐ŸŒ‘ Minha COR aparece  ร  espreita
๐ŸŒ‘Com sua carta de alforria.
๐ŸŒ‘
๐ŸŒ‘ Minha COR quer liberdade.
๐ŸŒ‘ Minha COR quer livre  existir.
๐ŸŒ‘ Minha COR quer na prรกtica
๐ŸŒ‘ Seu direito de IR  e de VIR
๐ŸŒ‘
๐ŸŒ‘ Quando a minha COR tocar a tua,
๐ŸŒ‘E ambas estiverem na mesma  paleta:
๐ŸŒ‘ Talvez haja mais AMOR nas ruas
๐ŸŒ‘ E menos PELE  separando o planeta.
➖➖➖➖➖➖➖➖➖
๐ŸŒAnderson Gomes ๐ŸŒ
๐Ÿ”ฑPoeta e Psicรณlogo๐Ÿ”ฑ