quarta-feira, 24 de agosto de 2016

AMAR e ser MOLDADO


Era uma vez, três irmãs: Cinderela: Anastasia e Drizella. O trio não se relacionava muito bem. Mas tinham em comum o mesmo homem e fariam de tudo para consegui-lo. Tudo mesmo: desde prejudicar a concorrência à adaptar-se ao calçado alheio. Nesse mesmo sentido, muitos são aqueles que, na arte de conviver, tentam se adaptar ao outro como se fossem um número para o SAPATINHO de CRISTAL alheio, como nos contos de fada. Mas, por mais que o ser humano seja um ser adaptável, ele não é um número ou um sapato e nem precisa se sentir como tal, moldando-se conforme os pés do seu parceiro. Pois o esforço de esmagar a si mesmo para se emoldurar ao outro, pode gerar "calos", desgastes e angústias: diante do apagamento do desejo de um, pelo desejo do outro. Assim, fora o caso das duas irmãs de Cinderela: Anastasia e Drizella. Ambas tentaram forçar sua entrada no sapatinho que não era delas para conseguir um casamento desejado (pela mãe). Mas quantas vezes esse conto de fadas se reprisa na vida real quando "por amor" se molda à "fôrma" do objeto amado?
 Na arte de conviver, nem sempre é fácil perceber a diferença entre AMAR e ser MOLDADO. Cada ser é único... sem moldes e sem cópias
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Anderson Gomes
[psicólogo clínico]