segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

A Fábula da Borboleta



Um dia, uma pequena abertura apareceu em um casulo.
Um homem sentou e observou a borboleta por várias horas...
... Como ela se esforçava para fazer com que seu corpo passasse através daquele pequeno buraco.
Então, pareceu que ela havia parado de fazer qualquer progresso.
Parecia que ela tinha ido o mais longe que podia, e não conseguia ir mais.
O homem decidiu ajudar a borboleta:
 Pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo.
A borboleta então saiu facilmente.
Mas seu corpo estava murcho, era pequeno, e tinha as asas amassadas.

 O homem continuou a observar a borboleta porque ele esperava que, a qualquer momento, as asas dela se abrissem e esticassem para serem capazes de suportar o corpo que iria se afirmar com o tempo.
Nada aconteceu!
Na verdade, a borboleta passou o resto da sua vida rastejando com um corpo murcho e asas encolhidas.
Ela nunca foi capaz de voar.
O que o homem, em sua gentileza e vontade de ajudar não compreendia, era que o casulo APERTADO  e o ESFORÇO necessário à borboleta fazia parte do processo de desenvolvimento da borboleta.
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[Essa fábula já existe há muito tempo. Termina aí. Mas eu, como psicólogo, gostaria de acrescentar que nós, embora humanos, também temos o nossos próprio desenvolvimento e nosso processo psíquico que é ÚNICO.]
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Anderson Gomes/psicólogo clínico.

A mudança que se espera dos outros

Olá pessoal? Como estão vocês?

            É comum observarmos em nosso dia a dia, como as pessoas desejam ou esperam que as outras "mudem". Mais que isso, querem "moldá-las". Isto com a ressalva de: "só quero que você 'melhore'"...ou "É para seu próprio bem". Só que, sabe-se que,  ninguém é igual a ninguém, e cada um de nós, e temos um processo psicodinâmico único.
           Quantas pessoas entram numa relação com a esperança de mudar o parceiro[a]?
Ignoram o fato de que ninguém muda ninguém. O que pode haver, como acontece na maioria dos fatos  é ― uma adaptação. Adapta-se ao outro. Mas não deveria se estranhar o fato de alguns comportamentos virem à tona [saindo debaixo do tapete] com o tempo.

       Outras vezes, essa expectativa que colocamos no outro nunca foi dele. Resta saber de quem são estas expectativas. Temos que saber o que é nosso conteúdo e o que é conteúdo do outro. Um percepção que não é tão simples assim. Pode levar tempo... Muitos passam uma vida inteira para percebem-se como pessoa, e não como sonho ou ideal do outro.
Expressões como:
"Você me decepcionou"
"Ele(a)  era a minha última esperança".
Só dizem respeito àquele que esperou, idealizou e colocou no outro um DESEJO que era próprio... e não do outro.
        O outro por sua vez, pode até ter tentado executar as informações que lhe foram imaginadas. Mas, como lidar com o imaginário do outro é tarefa exclusivamente dele, não cabe então esperar NADA, desse  outro... nem as decepções.
         Vive-se num mundo onde, comodamente, se atribue a alguém o desejo de "realizar-nos". (Anderson Gomes)
          Cabe uma intervenção psicoterapêutica, para que o sujeito possa se implica nas pŕoprias mudanças. Mudanças essas que esperam do(s)  outro(s).