Ontem, numa sorveteria aqui perto de casa, eu aguardava algumas boas companhias de longa data (+de 15 anos) para, juntos, curtirmos a noite ali. Eu fiquei na parte mais arejada da sorveteria. Dava pra ver e ouvir o movimento da rua: carros, pessoas e etc.
Enquanto eu esperava, na mesa ao lado tinha acabado de chegar três jovens que, já combinavam seus pedidos, quando um deles se levantou e foi ao balcão, que ficava um pouco distante da mesa. Acho que fora pegar o cardápio. Enquanto isso, os outros que ficaram sentados à mesa, comentavam sobre a recente vida de casado de um deles e sobre planos de filhos. De repente, esse rápido comentário foi interrompido quando, dessa mesa, um fala em voz ALTA, para o outro que estava lá no balcão:
- AMOR, não esquece de pedir pra viagem.
Mesmo com o ruído do movimento da rua, não foi difícil notar que bastou a palavra "AMOR" ser pronunciada para que as outras mesas, ao redor, cochichassem entre si. Pude perceber que o AMOR ainda causa estranheza.
Correção: "O amor ainda causa estranheza 'entre' HOMENS".
Creio que se, em vez de "amor", o nome do rapaz houvesse sido especificado, a reação seria como as outras que já presenciei em diferentes locais. Talvez se a palavra "AMOR" não tivesse sido pronunciada, aquela frase seria como outra qualquer. Não causaria buchichos, torções faciais e nem pigarros "específicos" de incômodo. Ninguém cogitaria a possibilidade de aqueles jovens serem apenas amigos que se tratam bem entre si OU se eram mais que amigos. Por que isso importaria? Aliás, porque essa "despretensiosa" curiosidade seria mais importante para as outras mesas ali, do que suas respectivas cadeiras ? Muito provavelmente porque, havendo incômodo, o amor entre pessoas de "SEXO IGUAL" aponta para o seu narcisismo. Ou seja, toca no amor refletido nas águas, às claras.
Em um mundo cada vez mais violento e inseguro, o AMOR "deveria" apenas AMAR... e não causar TEMOR. Mas enquanto o sentimento de AMOR for pautado em um único modo de AMAR, sempre haverá quem jamais conseguirá conjugá-lo.
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Anderson Gomes
Enquanto eu esperava, na mesa ao lado tinha acabado de chegar três jovens que, já combinavam seus pedidos, quando um deles se levantou e foi ao balcão, que ficava um pouco distante da mesa. Acho que fora pegar o cardápio. Enquanto isso, os outros que ficaram sentados à mesa, comentavam sobre a recente vida de casado de um deles e sobre planos de filhos. De repente, esse rápido comentário foi interrompido quando, dessa mesa, um fala em voz ALTA, para o outro que estava lá no balcão:
- AMOR, não esquece de pedir pra viagem.
Mesmo com o ruído do movimento da rua, não foi difícil notar que bastou a palavra "AMOR" ser pronunciada para que as outras mesas, ao redor, cochichassem entre si. Pude perceber que o AMOR ainda causa estranheza.
Correção: "O amor ainda causa estranheza 'entre' HOMENS".
Creio que se, em vez de "amor", o nome do rapaz houvesse sido especificado, a reação seria como as outras que já presenciei em diferentes locais. Talvez se a palavra "AMOR" não tivesse sido pronunciada, aquela frase seria como outra qualquer. Não causaria buchichos, torções faciais e nem pigarros "específicos" de incômodo. Ninguém cogitaria a possibilidade de aqueles jovens serem apenas amigos que se tratam bem entre si OU se eram mais que amigos. Por que isso importaria? Aliás, porque essa "despretensiosa" curiosidade seria mais importante para as outras mesas ali, do que suas respectivas cadeiras ? Muito provavelmente porque, havendo incômodo, o amor entre pessoas de "SEXO IGUAL" aponta para o seu narcisismo. Ou seja, toca no amor refletido nas águas, às claras.
Em um mundo cada vez mais violento e inseguro, o AMOR "deveria" apenas AMAR... e não causar TEMOR. Mas enquanto o sentimento de AMOR for pautado em um único modo de AMAR, sempre haverá quem jamais conseguirá conjugá-lo.
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Anderson Gomes
