sábado, 29 de dezembro de 2012

A vida é como um vento

É... realmente...
Pra quem deu bobeira ―este ano passou como poeira...
POEIRAS AO VENTO
Aliás, não só este ano... Mas, os anos da vida... de uma vida inteira...

Pra se ter uma ideia, por gentileza assista o clipe a seguir:

Letra e música: Kansas;
 Scorpions

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O descobrimento da vida

Hoje, um dia após a data simbólica do natal,
Li uma mensagem compartilhada nas redes sociais que trazia a seguinte mensagem:

"A vida é muito curta para reunir a família somente no Natal"
O que me inspirou escrever que:

A vida é muito curta para homenagear quem amamos apenas quando elas morrem;

Ou para elogiá-las apenas quando é conveniente à nós mesmos;

A vida é muito curta para economizarmos gentilezas, cumprimentos, saudações.
A vida é muito curta para nem sequer agradecer a tudo isso;

A vida é muito curta para passarmos por ela sem contemplar a alvorada, ou o pôr do sol;
A vida é muito curta para passarmos por ela depressa demais.
A vida é muito curta para, uma vez  ao ano ― se dá o direito de dar um mergulho num rio, lago ou mar, de sua preferência.

A vida é curta demais para passar por ela, apenas, moendo e remoendo pontos negativos... e curta demais para colecionar  mágoas e dores

Mas a vida pode ser longa para quem só vive de conveniências;
Para quem sofre por conveniência;
E para quem se escora e se ancora no muro das lamentações.

A vida pode ser longa para quem não tem nada para fazer;
Para quem sente seus  minutos como se fossem horas, e suas horas como se fossem anos.

A vida pode ser longa para quem vive na penumbra da existência do Outro.

Mas a vida pode ser mais do que isso.
A vida pode ser dura, mas pode ser plena;
Conquistada e, até amena.

A vida pode ser outra

"A tua vida pode ser aquela que se descobre no desdobramento do teu papel ―nela― enquanto sujeito."(ANDERSON GOMES)

email: andersongomes@gmail.com



terça-feira, 25 de dezembro de 2012

há no mínimo: 2 POSSIBILIDADES

Podemos contemplar o vôo de uma borboleta
ou podemos ficar pensando em quantas vezes ela bate suas asas por segundo.
Há no mínimo 2 possibilidades.

Podemos contemplar o encanto dos vaga-lumes  em meio as trevas
ou podemos descobrir a causa de seu efeito fosforescente localizados na parte inferior do abdômen.
Há no mínimo 2 possibilidades.

Podemos aproveitar  o romantismo de um  encontro ao por-do-sol
ou podemos teorizar para o/a nosso(a) parceiro(a) os detalhes desse  fenômeno que  ocorre graças ao movimento de rotação da Terra.
Há no mínimo 2 possibilidades

Podemos assistir a um filme de ficção e entregar-se a magia da imaginação
ou podemos optar por um documentário, ou filme baseado em fatos reais
podemos descontrair de vez em quando
Ou podemos passar a vida tensos, contraídos e contrariados
Há no mínimo 2 possibilidades

É hora de parar para observar-se a si mesmo, em vez do movimento do outro, ou dos outros.
Observar é uma coisa e Contemplar é outra coisa.
Observa-se com os olhos, e contempla-se com o espírito.
Observar é racional
Contemplação ―espiritual... transcende o meramente ótico.

Há quem viva exclusivamente no físico e no concreto
Há quem não se  enleve
Há quem viva limitado.
Há quem viva no campo das RACIONALIZAÇÕES

Racionalizar, muitas vezes, não é uma opção...
Há pessoas que devido a sua natureza psíquica, tem a tendência de viver racionalizando ―devido a uma dificuldade íntima e pessoal (Há tratamento psicanalítico).
Tais pessoais até tentam se entregar ao universo imaginário, mas algo o impele de  ir mais além dessa tentativa. O interessante, é que não racionalizam tudo, mas apenas, o que lhe toca. Ou seja, racionalizam apenas o conteúdo referente ao seu desejo. Desejo este que, se for racionalizado "suficientemente", poderá ser mascarado, digamos assim. Nesse sentido, podemos dizer com Laplanche (2001) que a racionalização vem disfarçar diversos elementos de conflito do sujeito.

Segundo o mesmo teórico, a racionalização é um processo pelo qual o sujeito procura apresentar uma explicação coerente do ponto de vista  lógico, ou aceitável do ponto de vista moral, para uma atitude,  uma ação, uma idéia, um sentimento etc.

Dizem que os homens são mais racionais que as mulheres. Dizem que no lado esquerdo de seus cérebros prevalece a RAZÃO. Sendo o lado direito do mesmo cérebro, o responsável pela criatividade e emoção. Dizem. Porém o que cabe aqui enfatizar é que RACIOCINAR e RACIONALIZAR são termos parecidos, porém, diferentes quanto ao seu significado.
Somos seres racionais, ou seja, dotados de raciocínio.
Racionalizar é tornar racional ou reflexivo.
Para tornar mais clara essa sutil diferença, trago a seguinte fábula:

Era uma vez uma centopéia que sabia dançar excepcionalmente bem com suas cem perninhas. Quando ela dançava, os outros animais da floresta reuniam-se para vê-la e ficavam muito impressionados com sua arte. Só um bicho não gostava de assistir a dança da centopéia: uma tartaruga.
"Como será que eu posso conseguir fazer a centopéia parar de dançar?"             -pensava ela.
Ela não podia simplesmente dizer que a dança da centopéia não lhe agradava.
E também não podia dizer que sabia dançar melhor que a centopéia, pois
ninguém iria acreditar.
Então, ela começou a bolar um plano invejoso. A tartaruga pôs-se, então, a
escrever uma carta endereçada a centopéia:
"Oh, incomparável centopéia! Sou uma devota admiradora de sua dança singular e gostaria muito de saber como você faz para dançar. Você levanta primeiro a perna esquerda de número 28 e depois a perna direita número 59, ou começa a dançar erguendo a perna direita número 26 e depois a perna esquerda número 49?
Espero anciosa por sua resposta. Cordiais saudações, a Tartaruga."
Quando a centopéia recebeu esta carta, refletiu pela primeira vez na sua
vida sobre o que fazia de fato quando dançava. Que perna ela movia primeiro?
E qual perna vinha depois?
O que aconteceu?
A centopéia nunca mais dançou.

Há milhões de tartaruga espalhadas pelo mundo à fora, presas aos cascos pesados e duros de suas RACIONALIZAÇÕES.
Nem satisfazem seus desejos, nem desejam que outros obtenham sua plena satisfação.

  • Mas há também muitas centopéias, que podem escolher entre:
  • Viver prestando atenção nos passos de sua dança,
  • Prestar atenção nos outros e no que os outros dizem
    Ou simplesmente sentir a DANÇA... na dança da vida.
(no mínimo) 2 possibilidades.
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texto de Anderson Gomes

Quando o natal for embora...

E de repente... o mundo fica bonzinho, o coração caridoso, e surge no ar aquela vontade imensa de perdoar e abraçar as almas frias.

Acho meio engraçado esta época do ano...
A cidade fica mais iluminada, as mesas mais fartas, e ganha-se mais presentes como nunca se ganhou o ano inteiro.

Infelizmente amanhã, os corações voltam a pulsar como antes, e a bondade, assim, parece ter data de validade.

O espírito natalino faz-nos prestar  atenção nos mendigos e crianças pobres à margem da sociedade com a mesma velocidade que os tornarão invisíveis no dia seguinte.
É, realmente, o espírito natalino talvez tenha data de validade... Mas não o coração sincero e genuíno, capaz de ter empatia.

Quando o natal for embora, que a nossa visão continue aberta
Que o nosso coração continue receptivo
Que nosso amor não dependa do que nos oferece o outro
Mas, antes, de nosso amor próprio.

Quando o natal for embora,
Que com ele vá apenas o peru, o panetone e as bolinnhas de natal;
Que com ele vá apenas aquela vontade superficial de abraçar
e permaneça a mesma abertura que a fez surgir.

Quando o natal for embora
Que a nossa emoção seja filtrada

e nossas ações lapidadas
Na intensão de vivermos mais que um dia de festa

Quando o natal for embora
Que Jesus possa nascer e permanecer
No coração de quem só conhece papai Noel.

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(Poema de Anderson Gomes/psicólogo)

sábado, 22 de dezembro de 2012

ao encontro do AMANHECER

         Assisti, dia desses  a última parte da saga Crepúsculo... e, me deixei contagiar  pela magia do contos de stephenie Meyer.

Pra mim estava claro, desde o primeiro trabalho desta autora, que se tratava de um conto. Ou seja, ficção. Nada mais podia-se esperar disso. Então, ou se senta para viajar nas ideias da Stephenie, ou fica-se  remoendo em racionalizações particulares (muito particulares).
―Eu, preferi viajar nas asas da imaginação... e gostei!

        
        Ouvi em alto e bom som comentários maldosos, durante e depois do filme, daqueles que saíram de suas casas, transcorrendo um [longo] percurso para, depois de muito esforço, simplesmente, ter o PRAZER de falar mal. 
(Pagar pra falar mal... eis mais uma forma de prazer, que descobriram para si mesmos).
        Vi e ouvi alguns dizerem: "finalmente [a saga] acabou!"
Mas o detalhe é que, esses que "se deram o alívio", acompanharam cada episódio  da saga,  até a mesma subdividir-se em parte 1 e parte 2, chegando então, ao seu desfecho. Sob qualquer pretexto, vão ao cinema, para assistir a saga Crepúsculo, e logo após, se aborrecem. Um aborrecimento que já duram vários anos sobre a mesma saga. Se eu não me engano, este foi o 5º filme da saga. Não havia  nenhuma novidade em saber quem era o mocinho, a mocinha  e  os vilões. Mas, tais "fãs" dizem que vão por causa da esposa, dos filhos, e vez por outra, se pegam assistindo justamente "aos filmes de sua vida", ou seja, de sua vida não vivida. Pretextos à parte, o que talvez os "críticos" de plantão não tenham ainda se perguntado é:
―o que os levam a  abrir um espaço em sua agenda para gastar dinheiro no intuito de ver (pela quinta ou sexta vez) um filme do qual simplesmente   vai se enojar depois?
(É o prazer de se enojar?)
        
           O mais provável, é que, algumas dificuldades internas, tenha impedido  a muitos de entrarem em contato com aquilo que há de mais primitivo em sua essência humana. Isto é, seu lado infantil. Onde mais haveria lugar para cultivar personagens tão "reais" como lobo mal, bicho papão, doendes, papai Noel, bruchas, lobisomens, vampiros, super-homens etc?
         Hoje em dia, adultos que não viveram essa etapa de mistérios e "fantasias" são também adultos que facilmente, e, sem constrangimentos, dirão as suas crianças que papai Noel não existe. Ou seja, cortarão, ou bloquearão uma etapa da vida daqueles que, assim como eles, também foram bloqueados, de alguma forma. O que dizer desses "tipos" de adultos? Que são  adultos? Ou que são simplesmente crianças crescidas protestando pelo pela infância perdida?
         
        Talvez por não  tê-la vivenciado harmoniosamente, na época apropriada, a infância desses cinéfilos continuam procurando o seu próprio AMANHECER... só que no rumo em que estão, não sairão do ECLIPSE em que, suas vidas, muito provavelmente, se encontram... Pois tais condutas ranzizas, sombrias, pessimistas e, algumas vezes,  até depressivas ―se fazem perceber em outros aspectos de suas vidas. Uma boa oportunidade para rever a qualidade de vida em que estão. Talvez, quem sabe, numa reflexão, cheguem a concluir  que, apesar de toda a sua FALTA de tempo, podem dar uma chance para si mesmos. Assim, quem sabe, poderão dar vazão  e resgatar a criança enclausurada que ainda jaz  em algum lugar de seus tristes corações.
Trabalhar-se, psicologicamente,  é sempre uma opção para o resgaste... O resgate da criança interior.

         Uma amiga minha, contou-me, certa vez, em uma conversa, que não conseguia brincar com seus filhos. Não tinha sequer tempo para eles. Mas, a mesma, vivia sempre a reclamar de tudo na vida. Era ranzinza, e pessimista... Tais características eram mascaradas sob o significante de PERFECCIONISTA. Em nome da obsessão; da mania de limpeza; e das coisas milimetricamente organizadas, nunca teve tempo para nada, nem para si mesma. Tal FALTA  de tempo, ocasionou uma infância não vivida e, sob as exigências do pais, que desde cedo sempre estiveram no patamar dos  ditadores. Foi assim, que esta jovem a-prendeu a ser a adulta que é. Felizmente não a vi nas fileiras dos "críticos" da saga Crepúsculo. As exigências sociais são mais solícitas para com as mulheres, e as mesmas ainda podem sonhar, e suspirar nas asas da ficção. 
        Já os homens, são mais dissimulados  quanto aos seus próprios desejos.
Os mesmos "críticos", em sua maioria, durante filmes como esse,  não fazem outra coisa, além de desdenhar da masculinidade dos personagens. Dá-se a pensar, o que leva tais pessoas a desdenharem  tanto da sexualidade alheia... mesmo numa FICÇÃO.
―Quem sabe, desdenhando, não se sintam mais masculinos? Talvez aqueles fossem os personagens que gostariam de ser. Talvez aqueles fossem os personagens que mais mexessem com as suas fantasias. (Fantasia tanto no sentido popular do termo, quanto no sentido psicanalítico).

           Independentemente de qual seja o filme, sempre haverão pessoas que se utilizarão de pretextos, justificativas e subterfúgios para sutilmente expressarem tudo aquilo que um dia não puderam. A isto, também serve a ARTE, e a ficção.
E nessa perspectiva, debaixo de sol e chuva, continuarão sua própria sina, sua própria saga, em busca de seu próprio AMANHECER.
Não nos surpreendamos portanto, ao encontrarmos novamente esses  "fãs" nas fileiras de outros filmes da categoria.

           Desconfio que outros "Crepúsculos" da autora virão, e, igualmente  não nos espantemos, se encontrarmos "por acaso" os mesmos "cri-cri", nas fileiras de suas ruminações de sempre. A estes, o nome da saga faz jus ao estilo de vida em que vivem... e só AMANHECERÃO -quando- a luz de seus dias, não dependerem mais do imaginário  dos outros. O que não deixa de ser um trabalho árduo... um convite sempre aberto para o  alvorecer de um panorama psicanalítico.


 

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

A Fábula da Borboleta



Um dia, uma pequena abertura apareceu em um casulo.
Um homem sentou e observou a borboleta por várias horas...
... Como ela se esforçava para fazer com que seu corpo passasse através daquele pequeno buraco.
Então, pareceu que ela havia parado de fazer qualquer progresso.
Parecia que ela tinha ido o mais longe que podia, e não conseguia ir mais.
O homem decidiu ajudar a borboleta:
 Pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo.
A borboleta então saiu facilmente.
Mas seu corpo estava murcho, era pequeno, e tinha as asas amassadas.

 O homem continuou a observar a borboleta porque ele esperava que, a qualquer momento, as asas dela se abrissem e esticassem para serem capazes de suportar o corpo que iria se afirmar com o tempo.
Nada aconteceu!
Na verdade, a borboleta passou o resto da sua vida rastejando com um corpo murcho e asas encolhidas.
Ela nunca foi capaz de voar.
O que o homem, em sua gentileza e vontade de ajudar não compreendia, era que o casulo APERTADO  e o ESFORÇO necessário à borboleta fazia parte do processo de desenvolvimento da borboleta.
__________
[Essa fábula já existe há muito tempo. Termina aí. Mas eu, como psicólogo, gostaria de acrescentar que nós, embora humanos, também temos o nossos próprio desenvolvimento e nosso processo psíquico que é ÚNICO.]
__________
Anderson Gomes/psicólogo clínico.

A mudança que se espera dos outros

Olá pessoal? Como estão vocês?

            É comum observarmos em nosso dia a dia, como as pessoas desejam ou esperam que as outras "mudem". Mais que isso, querem "moldá-las". Isto com a ressalva de: "só quero que você 'melhore'"...ou "É para seu próprio bem". Só que, sabe-se que,  ninguém é igual a ninguém, e cada um de nós, e temos um processo psicodinâmico único.
           Quantas pessoas entram numa relação com a esperança de mudar o parceiro[a]?
Ignoram o fato de que ninguém muda ninguém. O que pode haver, como acontece na maioria dos fatos  é ― uma adaptação. Adapta-se ao outro. Mas não deveria se estranhar o fato de alguns comportamentos virem à tona [saindo debaixo do tapete] com o tempo.

       Outras vezes, essa expectativa que colocamos no outro nunca foi dele. Resta saber de quem são estas expectativas. Temos que saber o que é nosso conteúdo e o que é conteúdo do outro. Um percepção que não é tão simples assim. Pode levar tempo... Muitos passam uma vida inteira para percebem-se como pessoa, e não como sonho ou ideal do outro.
Expressões como:
"Você me decepcionou"
"Ele(a)  era a minha última esperança".
Só dizem respeito àquele que esperou, idealizou e colocou no outro um DESEJO que era próprio... e não do outro.
        O outro por sua vez, pode até ter tentado executar as informações que lhe foram imaginadas. Mas, como lidar com o imaginário do outro é tarefa exclusivamente dele, não cabe então esperar NADA, desse  outro... nem as decepções.
         Vive-se num mundo onde, comodamente, se atribue a alguém o desejo de "realizar-nos". (Anderson Gomes)
          Cabe uma intervenção psicoterapêutica, para que o sujeito possa se implica nas pŕoprias mudanças. Mudanças essas que esperam do(s)  outro(s).



domingo, 9 de dezembro de 2012

"fruta inchada"

Hoje, voltei a praticar artes plásticas. Comecei a pintar.
Fui ao centro comprar o material necessário.
Ao andar pelas ruas, um rapaz que carregava nas costas uma sacola com um aparelho de ferro, esbarrou em mim. O aparelho que carregava quase me machucou. O rapaz, continuou o seu trajeto sem olhar para trás, nem se desculpou. Eu continuei o meu caminho.

―Seu filho da P!
Poderia ser a expressão que faltaria para o pretexto de uma bala se desalojar de uma possível arma escondida e vir em direção a mim. Hoje em dia, se mata por tudo e por nada. Os noticiários competem entre si para ver quem tem a notícia mais drástica. Muitas vezes, os crimes são motivos bobos.

Algumas pessoas vivem "esbarrando" nos outros. É como ganham a vida... não têm nada a perder. Não percebem elas, que só não progridem na vida porque "esbarram" em SI mesmas. Procuram de alguma forma um significante que as barre [Metáfora Paterna] já que não foram, outrora, barradas.
A lei que não receberam, encontram, na maioria das vezes, nas forças armadas, polícia... Ou, acertando as contas com a justiça... por mais lenta que seja.

Esta postagem, não se trata de bom humor, ou de como manter o  bom humor;  ou até mesmo de não permitir que nada estrague o dia. Porém, sei que se a situação fosse inversa,  eu saberia me desculpar. Ou arcar com algum dano financeiro ou material, se preciso fosse. A questão, é que:

Me parece que em nossos dias, quase não há quem se implique no que faz, no que diz, ou  nas próprias atitudes... no próprio dano, ou no erro que cometeu ao outro.
Quase não há quem se desculpe, quem reconheça que errou ou prejudicou alguém. Já parou pra pensar nisso?

Se fôssemos falar em capitalismo, o  incidente que me ocorreu  talvez  se justificasse  pelo  "saia da frente que eu não tenho tempo a perder, ou olhar pra trás... o negócio é ganhar, ganhar e ganhar... tirar vantagem de tudo quanto se possa..."

"Que abram alas para o "EU" passar"... foi a mensagem que eu recebi hoje pela manhã daquele jovem apressado. E seria pelas vias do "EGO", que abordaríamos a questão. Quantos EGOS inchados encontramos nas diversas situações da vida???

Quem nunca se deparou com uma situação onde tudo seria facilmente resolvido com um "me desculpe, não tive a intenção..." Mesmo que fosse perceptível a verdadeira intenção. Não vem ao caso.

A questão é que muitas vezes, ao chegar na fase adulta, muitos ainda sentem-se ainda como:
"a vossa majestade ―o bebê", como diria Freud.



ESCUTE


Uma palavra faz toda uma diferença à indiferença.
Uma palavra germina mesmo quando termina.
Uma palavra floresce em meio a dor.

Uma palavra salva.
Uma palavra cura.
Uma palavra sara, suaviza, perdura.

Em meio a gritos:
―Uma palavra basta,
E num conflito:
―Uma palavra sara

Mas que não seja minha
Que não seja tua
Que seja de QUEM precisa falar...
A estes, oferecemos a ESCUTA..

Pois, mais que palavras ―eles querem se OUVIR
Mais que palavras ―sentirem-se OUVIDOS...
E os nossos ouvidos nessa arte ―faz toda DIFERENÇA.
____________________________________
[Poema de ANDERSON GOMES/psicólogo]

sábado, 8 de dezembro de 2012

Cativos d'alma

Aquelas que voam  sem saber que língua fala:
Cala à míngua os cativos dela.

Cada uma―lavra  sulcos venosos
Cada palavra rega seus próprios impulsos

Cava, cultiva, espalha, cativa
Mas cativo é ―OS  de sua própria fala

Cala-se  enquanto fala
Falando-se mais enquanto se cala

Eis o cálice amargo da palavra
que cala a quem não fala por ela.

[poema de: ANDERSON GOMES]