domingo, 4 de março de 2012

MAIS DO MESMO

Mais do mesmo

TENDÊNCIA:

"Tendência" do latim tendentia :significa tender para, inclinar-se para, ser atraído (a) por algo que chamou a sua atenção.

Como diria Cássia Eller: "mudaram as estações, e... nada mudou... mas eu sei que alguma coisa aconteceu... tá  tudo assim, tão diferente..."

É uma lipo aqui, uma cirurgia ali, outra "correção" acolá.
É a cor do cabelo, é a cor dos olhos, é o sexo do bebê.
O que mais se poderá escolher?...ah sim, já ia esquecendo: ―os parceiros (as). Nesse caso seria mesmo uma escolha, ou uma troca?

Troca-se também de sexo, no mais amplo contexto da palavra sexo.

MUDA-SE:

O amor (os amores)
A moda, (as modas)
O modo (os modos)
A cor (as cores)
o adeus (as dores)

Adeus a tendência ao mesmo,
mesmo quando o _mesmo_ promete mudar
Mudar para mais do mesmo,
As mesmas mudanças e as mesmas escolhas.

Hoje escolhe-se mudar
e amanhã... mudar também...
e depois de amanhã, mudar outra vez para uma nova mudança que acaba sendo a mesma velha idéia  "muda".

Emudecida... é cada vez mais baixo o nível de mudança, onde tudo e todos estão  colocados em um só patamar:

  • Muda-se de carro,
  • de casa
  • e parceiro
  • Muda-se de amores, de país, e de pandeiro
  • Muda-se até a raíz e cor do  cabelo
Mudar rende muito
para quem vende, e para quem entende que o:
O NEGÓCIO é mudar!

Mudar é lucrativo
e ao mesmo tempo danoso
movidos pela inconstante  tendência de mudar


A tendência de Um, move a tendência do outro
Como se esse outro fosse Um, sem aparência, sem identidade.
  • Quando chega a idade, o negócio é mudar...
  •  Quando chega o inverno, o negócio é mudar...
  • Quando chega o verão...o negócio é mudar...
  • Mas quando  chega o outono, o negócio é mudar...
  • Muda-se toda a prima-Vera, toda a prima Lúcia,  todas as Josefa e Marias vai com as outras...(mas estas, continuam as mesmas).
Muda-se o Ken, o Boby, e a Barby... em busca do tudo  que você quer "ser".

Muda-se até não mais se reconhe-cer.
Muda-se... mudando de homem para máquina humana
fabricando uma demanda que não se sabe o quê... nem em quê mudar...
Mas... quem quer saber?

Nessa busca incessante de mais do mesmo
O ser do humano continua  INSATISFEITO
fabricando  desculpas para as culpas que carrega
e  sedativos para a sua dor

Uma dor muitas vezes mergulhada em embrulhos, que se debulha  em lágrimas disfarçadas em sorriso maroto.

Nessa aparente mudança de novas tendências, muda-se o nome, o estilo, a posição e o lugar... sem saber mais  em que lugar ocupar... pois este mesmo humano, como ser, nunca esteve em lugar algum, a não ser aquele que perdeu-se  no tempo e no espaço de sua própria história, e que o  impulsiona a esta eterna busca... eterna busca de SI mesmo.

Busca esta que impulsiona  os nobres ciganos das grandes metrópoles―a
Ciganos da Metrópole
alimentarem o engano e o engodo de suas  almas.

Quem sabe assim, as mu-danças os acalmam
no mesmo compasso em que se descompassam.

Está na hora de mudar! (Que paradoxo, rsrs)
precisa-se urgentemente, mudar esta nova tendência de MUDANÇA que muda a todo instante como uma compulsão a mudança.

Abre-se aí um leque de subtópicos, para podermos destricha-los em outras postagens. Pois em se tratando de compulsão, falamos também de neurose obsessiva compulsiva.
E em se tratando de mudar, mudar, mudar, podemos falar também de um outro tipo de neurose que faz manutenção de sua INSATISFAÇÃO, a saber, a neurose histérica. Mas, no momento ficamos por aqui mesmo, oferencendo apenas, uma reflexão a essas mudanças, que muitas vezes é do Outro, ou dos outros, e não tua... atente a isto.
Qual é a mudança que se busca?
    • Será que é de objetos palpáveis?
    • Será que é uma mudança externa?
    • Será que é uma nova tendência?
    • Será que é algo necessário ou desejado? (há diferenças)
    Fica pra você pensar.
     e buscar em suas próprias respostas, seu próprio rítmo, e seu próprio movimento.

    Por outro lado, o mesmo paradoxo se alerta:
    Precisa-se mudar  essas tendências alienantes de seguir as mudanças do outro, no outro e para o outro.
    Mu-danças essas que segue o passo e a dança alheia, ao mesmo tempo em que se anula os próprios pés  do sujeito, e a  finalidade dos mesmos.

    Está mais do que na hora de atentar para aquilo que não é do campo externo, e trabalhar o que entende e  se es-tende às pulsões humanas
    (Pulsões, que por si só, são INconscientes, e que demanda uma escuta, uma expressão).


    Concluo dizendo que  a verdadeira mudança não é externa, e não está fora no ser.
    Mas se de dentro pra fora, quando dá-se a se conhe-cer.
    E dar-se a conhecer, implica, antes qualquer outra coisa, num compromisso íntimo, e individual, consigo mesmo.

    Busque-se... o resto, é con-sequência, de uma sequência que só tem significados fora da cadeia (in)significante do discurso capitalista!
    (o discurso é O'utro.

    [texto: Anderson Gomes]
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    Referência.

    TENDÊNCIA In: Wikipédia: a enciclopédia livre. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Tend%C3%AAncia>  Acesso em: 4 março 2012.