sábado, 1 de setembro de 2012

ANIVERSARIANDO (parte 2)

        Deixei para escrever este texto hoje, por ocasião de mais um aniversário. Hoje, de uma amiga, que me autorizou escrever um pouco sobre sua  vida, contanto que, eu não mencione seu nome, claro.

       Poetizando um pouco sua história, diria que ela é  muito reclusa, tímida, e triste. Diz não  ter motivos para comemorar. Não tem amores, não tem amados,  não tem amigos... só temores, tumores, perigos. Medo de amar. Medo de ser amada. Medo de ser rejeitada, e abandonada. A idade é apenas um lembrete para rugas, fragilidades,  sepultura.
        Sua ladainha diária se resume a "ninguém me ama, ninguém olha, ninguém me quer". Favor para ela é: não lembra-la  da passagem de mais um aniversário... que em outras palavras seria mais um ano de vida. Claro que ficar falando assim da vida alheia seria muito fácil e igualmente cômodo também. Julgar.
         Contrastando com aniversários, esta semana perdi um parente meu. Não vou entrar em detalhes (neste quesito)  porque não vem ao caso, mas  destaco  a  penumbra que pairava num  recinto, antes festivo e alegre. Notei ali, que algumas pessoas vivem constantemente dentro daquela atmosfera fria, triste e soturna... à espera da morte a cada aniversário que passa. Ou seja, seu estado de espírito não é diferente em outras situações da vida.
Dizer:        
  •                       Reaja!
  •                    Ânimo!
  •                    Coragem!
 Não é o caminho... Só quem passa na pele, sabe, que não é tão simples assim.
          Quem está, agora, no presente momento, passando por uma depressão, por exemplo, sabe que a solução para seu  atual estado não está  contida na milésima pílula que irá tomar daqui à pouco. No entanto, continuará tomando.
           As frases prontas  e sonoras, recitadas  nas mais variadas palestras: Só fazem efeito naquele momento "histérico". Mas de volta à realidade, cada pessoa voltará, mais cedo ou mais tarde, ao mesmo estado em que antes estava. No entanto, continuarão frequentando aos mesmos tipos de  palestras mágicas.
          As  tarefinhas  empacotadas que alguns profissionais passam para seus ouvintes, também causam o mesmo efeito para alguns pacientes. No entanto, esses, continuarão  a fazer seus deveres de casa... Até que...

Um belo dia se perceba que não existe nenhum pote de ouro no final do arco-íris,
E que talvez  nem  exista o seu final

Não existe tesouro ou pote perdido
A não ser aquele escondido  no coração

Que pode ser vazio, triste, ou frio
Mas ainda assim ― um pote...
Contendo os dias que a vida oferece em seu caminho

Caminho este, nem sempre bonito
Nem sempre espinhoso ou colorido
Mas com o gozo de quem aprende com ele
Ou de quem simplesmente com ele ―jaz.



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