segunda-feira, 15 de julho de 2013

somos eternos BUSCADORES


      
 Todos acompanhamos as passeatas e  manifestações que surpreenderam o país  ―em época de copa e de copo.
Há quem vá às ruas para reivindicar Saúde, Educação, segurança, etc.
Há quem vá às ruas para o registro de belas fotos.
Há quem vá às ruas pelo "agito", e, "curtição".
Há quem vá  para não ficar em casa.

Há quem vá às ruas sem saber por quê vai.

Muitos são os cartazes estendidos e, neles, um "Q" embutido, comum a todos os outros: A FALTA.
Enquanto especialistas políticos quebram a cabeça para saber o "Q" foi que eclodiu a revolta brasileira [e mundial]  a resposta pra tudo isso pode ser tão simples quanto infantil. O que buscam nas ruas é apenas uma versão simbolizada daquilo que falta no interior de cada um.
Bem sabemos que não é pelos R$ 0,20... nem só pelas inúmeras reivindicações estampadas em cada faixa ou camisa. Se assim fosse, este alvo concreto  seria logo alcançado, como, de fato, já está sendo alcançado, dia após dia. Ou seja, não é impossível de conseguir. O Brasil já conseguiu muitas conquistas ao longo de sua história. E, o ser humano já conseguiu muitas outras ao longo de sua evolução. Mas, a luta continua...

― E quando todas as reivindicações forem alcançadas?
...seria isto um sonho?... Ou será que teremos que nos acordar antes do amanhecer  para ter  sempre o que protestar e continuar sonhando?
"Imagine todas as pessoas vivendo suas vidas em PAZ"(John Lennon)
  Imagine acordar sem ter o quê protestar...
Quem nunca teve um dia daqueles, onde sua mãe [ou responsável] reclamava, reclamava sem ter o quê reclamar?
Dentro desta perspectiva, será que um dia sairemos nas ruas com cartaz em branco?  Ou quem sabe nesses cartazes apenas constaria um enorme ponto de interrogação?
Talvez alguém tenha se perguntado, em meio a multidão, o por quê de está ali protestando. Da mesma forma, talvez encontremos na mesma multidão, um casal que se pergunte o por quê de tantas brigas, entre eles.
Olhando mais de perto, protestamos desde que nos entendemos por gente. Aprendemos a protestar através do ciúmes que sentimos nos primeiros anos de vida. Através do Complexo de Édipo, Freud explica que o menino rivaliza com o pai por amor a mãe; enquanto a menina rivaliza com a mãe, por amor ao pai.
A palavra rivalidade não está colocado aí por acaso. Rivalidade esta que se reedita ao longo da vida, e serão substituídas pela competição com o irmãozinho, com o vizinho, com um concorrente de trabalho ou de namoro... e até mesmo de partido político.
Atualmente, percebe-se que os movimentos partidários e a-partidários estão mais focados em competirem entre si, que, nos objetivos de suas reivindicações. Nós, enquanto seres humanos, se não soubermos administrar a FALTA que nos impulsiona a viver  continuaremos atribuindo ao outro o motivo de nossas angústias, frustrações, decepções, lutas e conflitos.
Enquanto formos humanos, pertencerá a nossa espécie: esta falta, esta angústia e este conflito. Diante destes pontos mencionados, uma tendência há, em muitos de nós, para dribá-los. Muitos  tentam aliviar-se  de tais sensações. Tentam, a seu modo, lidar com suas faltas. Mas, são apenas tentativas. Pois é da natureza humana sermos seres FALTOSOS. Ou seja, a FALTA sempre existiu, e sempre irá existir. Falarei mais amplamente a respeito numa próxima postagem. No momento enfatizo que lidar com esta falta é nossa maior missão; e nisso, não há nada de concreto; nada de tangível.  Porém, ou aprendemos a trabalhar com este vazio da falta ou passaremos a vida inteira fugindo ou buscando meios para "contorná-la"[contorno no mais amplo sentido da palavra]. É da natureza humana a característica de sermos eternos BUSCADORES.No fundo, no fundo... somos eternos buscadores de nós mesmos.

Uma tentativa de lidar com a falta se faz perceber através dos movimentos  e ATOS  políticos (sejam eles partidários ou a-partidários). Outros, tentam preencher esta falta  com um trabalho, ou até mesmo com um cônjuge.

Alguns outros buscam aliviar-se nas drogas... sejam elas, lícitas ou ilícitas¹. Mas também há aqueles¹ que não conseguem encontrar um "Q", para preencher-se, aliviar-se... ou, até mesmo, quem sabe, encontrar um motivo para viver ou lutar por sua existência. Estas últimas¹ pessoas que me referi, vivem muitas vezes sem um sentido para si mesmas. E, precisam, URGENTEMENTE, de ajuda psicanalítica ou psicológica. Mas, antes, deve existir nestas pessoas "sem-sentido", um DESEJO próprio de BUSCAR ajuda para si mesmas. Pois quando deixam de BUSCAR, ou de BUSCAR-SE,  tais pessoas vão, automaticamente, deixando de EXISTIR.

Nós, seres humanos, enquanto BUSCADORES que somos, bem que poderíamos sair  às ruas, como cidadãos, e levar nos cartazes e faixas aquilo que já está subentendido nas entrelinhas das reivindicações quotidianas:
"MAIS AMOR, POR FAVOR!"

Imagine a repercussão mundial que seria, ou que resposta teríamos ao reivindicar simplesmente o "AMOR".
IMAGINE  quantas coisas seriam evitadas ou resolvidas com "MAIS AMOR"...
...Simplesmente imagine...



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¹Me referi, especificamente, àquelas pessoas [destacas no trecho em azul], que não conseguem, ou não conseguiram encontrar um sentido ou significado para suas próprias vidas.



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